[Resenha] Um Senhor Estagiário

Comecei a ver o filme esperando uma comédia sem muito a agregar, apenas alguns momentinhos rindo e descontraindo, no entanto... engano o meu! É um filme que vai além disso.


Jules Ostin (Anne Hathaway) é a criadora de um bem-sucedido site de venda de roupas que, apesar de ter apenas 18 meses, já tem mais de duas centenas de funcionários. Ela leva uma vida bastante atarefada, devido às exigências do cargo e ao fato de gostar de manter contato com o público. Quando sua empresa inicia um projeto de contratar idosos como estagiários, em uma tentativa de colocá-los de volta à ativa, cabe a ela trabalhar com o viúvo Ben Whittaker (Robert De Niro). Aos 70 anos, Ben leva uma vida monótona e vê o estágio como uma oportunidade de se reinventar. Por mais que enfrente o inevitável choque de gerações, logo ele conquista os colegas de trabalho e se aproxima cada vez mais de Jules, que passa a vê-lo como um amigo.

De início, parece que o foco do filme seria alguma coisa relacionada a um conflito de gerações. Pois, temos a Jules, da era tecnológica, com uma empresa que nasceu e funciona na internet; e o Ben, um senhor aposentado de 70 anos. Que teve que ligar para seu neto de 9 anos para descobrir o que era uma entrada USB.

Mas, com o desenrolar, vemos que o foco mesmo está em abordar situações que todos lidamos no dia a dia: desenvolver um certo malabarismo entre sustentar uma carreira de sucesso e manter  uma família funcionando, permeados com sonhos, frustrações, inseguranças, neuroses, etc. E, claro, uma caminhada de esperanças e descobertas. 

Achei linda toda a construção do personagem Ben. Sei que ele não era o protagonista, mas muito do que tenho a dizer é sobre ele. Vamos em tópicos: 

A autenticidade: 

Ele permaneceu nos seus princípios do início ao fim. Houve um certo choque, pois seus modos e vestes poderiam ser taxados de antiquados. Todavia, não houve desrespeito. Foi, na verdade, até honrado pela protagonista numa cena do Bar. 

A proatividade e curiosidade: 

Ele conseguiu a proeza de organizar a mesa da baderna do meio do escritório, foi o primeiro passo para ser notado pela Boss. Ele tinha perguntas certas e inteligentes, permitindo ao outro buscar as respostas no seu íntimo. 

A paternidade:

Não sei outra forma de descrever essa característica que vi nele, mas o filme todo ele tinha essa aura paternal, de ser experiente e ter visão de mundo mais diferenciada por ter vivido muita coisa proporcionada pela idade. E, foi um ponto importante, pois ele foi o porto seguro de Jules em vários momentos de angústia, o que reforça como é importante termos alguém na figura de mentor, que possa nos orientar em momentos difíceis. 

A atenção: 

Era atento a tuuuudoooo. Muito observador! O que é muito bom, ocasiona certa vantagem pra nós, quando estamos atentos ao ambiente e o que nele há. 

A subordinação: 

Ben era disposto e disponível para todos. Tanto que rapidamente tornou-se popular. Além disso, ele sempre elevava a moral das pessoas, o que foi interessante de ver.  

Também achei a Jules bem cosntruída, tanto no núcleo do trabalho como na família. Sendo uma mãezona e ótima líder. Ela claramente domina seu negócio, apesar dos investidores acharem o contrário. Trabalhava duro, acessível, sempre respeitosa, e, pedia desculpas quando necessário.

É um filme maduro, sem piadinhas sem graça. Que aborda temas atuais, como a mulher moderna dividida no seu contexto de ter um trabalho e uma família. E os desafios disso tudo! 

Fica aí a dica de um filme para a sua  #quarentena 🎥

Wérika

Enfermeira com muito orgulho. Fascinada por Deus e pelo Corpo Humano. In love pela pesquisa científica e genética. Tia de seis sobrinhos. A caçula de quatro filhas e classificada como a diferentona da casa, apesar da semelhança física.

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